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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Eu vou e volto, como a maré.



Eu disse-te que um dia iria voltar por ti, quando já não tivesses ninguém e achasses que o mundo te tinha virado as costas, disse-te que serias sempre o número um, apesar de ausente, disse-te que quando te sentisses como me sinto agora, iria voltar e fazer-te feliz. Alguma vez sentis-te o que é ser ignorado e esquecido pela aquela pessoa que anseias ver todos os dias, aquela que quando se aproxima ficas sem jeito de falar, aquela pela qual anseias receber a mensagem miseravel com um simples "dorme bem", sabes por ventura o que é isso? Não acredito que saibas, porque senão nunca o terias feito comigo, não era a mim que deixavas de responder quando estás a divertir-te com os teus amigos, não era a mim que ignoravas chamadas e deixavas horas á espera. Tu por enquanto não sabes nem sonhas tão pouco com o que possa ser isto que sinto e no fundo não desejo que saibas, porque não imaginas como esta angustia consome por dentro. Um dia vais achar que nada do que disse fez sentido, vais achar que também eu te virei costas e larguei, que não me preocupo com o facto de estares bem ou mal, um dia vais achar que não passas-te de mais uma pessoa na minha vida quando me juras-te amor eterno, todavia quando duvidares de tudo o que disse, o que senti, vais procurar-me e não vais saber onde fiquei. Porque me deixas-te perdida e esquecida á muito tempo atrás, porque achas-te que não seria a pessoa certa para ti e que os nossos caminhos jamais coincidiam. As circunstâncias vão fazer-te escolher por outros rumos que eu não posso nem quero tomar, por isso, provavelmente já estarás numa cidade diferente da minha, já serás alguém ás tuas custas e perdes-te o "miúdo mimado" que foste em tempos no meio do suor que deixas-te escorrer pela testa abaixo para atingir o que querias, serás egoísta e mais orgulhoso do que eu alguma vez me mostrei ser, serás mais forte do que fui e no entanto vais estar sozinho, zangado com o resto do mundo, porque me procuras como te procuro agora e não me encontras em parte alguma. Na altura certa, no momento certo, eu vou voltar a aparecer na tua vida, vou voltar a dizer "amo-te" e fazer-te duvidar desse amor, vou pegar em picardias do passado para que te lembres onde fiquei, vou dizer-te que quando me juras-te amor eterno não foste só mais um, mas sim o homem da minha vida, se é que ele existe, porque por mais paixões que tivesse, nenhuma delas se tornou em amor. Amor esse que por ti sinto, que quando precisares continuarei a sentir. Sozinho, quando chorares por nós eu vou lembrar-te de que nunca te deixei, daquilo que sempre te fiz questão de lembrar enquanto caminhavamos juntos no mesmo caminho. Segredos vão permanecer comigo até ao dia em que me pedires que os revele, porque eu tenho a tua vida na mão e tu tens a minha e aprendemos a viver sem ter de tocar ou alterar as mesmas. Juro-te que irei voltar, não hoje, não amanhã, mas quando te vir perdido, quando souber que precisas de mim como eu de ti preciso, eu volto e farei de ti uma pessoa feliz e amada. Se sorrires lembra-te porque o fazes, lembra-te que não tens de o fazer por obrigação só porque fica bem e que os homens também choram e tu sabes disso tanto como eu. Eu sou mulher e choro, mas sei porque choro. Tu, és quem és e não sabes porque sorris, quando os teus olhos querem chorar. Encontrar-me depois vai ser difícil, mas nunca o vais conseguir fazer sem que batas primeiro no fundo e te encontres primeiro a ti. Eu disse-te que iria voltar um dia, e volto! Por ti.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Personagem.



Parece que sou um disco riscado, sempre a pisar a mesma faixa, a tocar no mesmo acorde, a falhar o mesmo tom, não mudo de discurso. Quem pára e ouve, cansa-se, tal como tu te cansas-te de me ouvir. É preciso bem mais que paciência, mais que vontade ou até carinho para suportar a minha repetição.
Já não sei quem sou e a verdade é essa, ao longo de tanto tempo que continuo no meio do pleno explendor a representar uma personagem que já não sou, a falar verdadeiras mentiras como se fossem as minhas maiores e mais reais verdades que até mesmo eu acabo por crer no que digo. Assustador é o termo que melhor consigo encontrar para definir este meu estado de espirito, sinto-me virada de pernas para o ar, enxovalhada pelos risos das vozes que ouço a censurarem e julgarem as minhas atitudes, represento tão bem a personagem que sempre quiseram que fosse que agora já não sei quem realmente sou, não me encontro no meio de tantas outras personagens, confundi-me na personalidade que me criaram e esqueci a que eu própria criei. A postriória continuo agarrada aos bocados que deixei de mim por cada uma.
Diferentes palcos, diferentes públicos, diferentes personagens, mas sempre a mesma actriz e sempre a mesma história, que decorei e ensaiei, tantas e outras vezes que acabei por vivê-la com mais intensidade que até a minha própria realidade. Está tudo confuso, tenho o passado no presente que vivo, o futuro colou-se no passado e eu parei no tempo quando percebi que no meio de tantas personagens perdi e dei tudo de mim. Cada caracteristica, qualidade, minha, ficou em cada uma das personagens que interpertei por ti, por eles. Por tanta gente. Dei parte de mim, o meu orgulho e determinação, a minha vulnerabilidade e coragem, a minha sinceridade, e agora? Agora, não passo de uma folha de guião em branco, á espera que me voltem a escrever e descrever, á espera que me nomeiem para mais um espectáculo de entretinimento alheio em que eu dou tudo de mim e no fim... no fim não me resta nada para contar!
Agora estou só vazia.

Dream on.



Deixei passar-me ao lado o meu sonho. Acabei por desistir do que realmente queria devido ás opiniões alheias. Porque não vou ter futuro, porque não vou ser ninguém, porque não me dá a devida credibilidade. Sim admito que fui fraca e deixei para trás o que me fazia feliz, deixei para trás a alegria da minha vida e tornei-me absolutamente aborrecida como todas as outras pessoas, que de tão fracas que foram desistiram dos seus sonhos! Eu sorria, agora choro.

Dar os bons dias.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

O tempo passa e eu continuo parada.



Na minha cabeça continua tudo desfocado, a tua imagem quando partis-te não me é concreta, não consigo entender os traços que o teu rosto revela, não sei se ficas-te bem ou mal com tudo o que aconteceu, porque fazes a tua cara de póquer e ignoras os sentimentos. Quando partis-te levas-te tudo contigo! A minha vontade e determinação, levas-te o meu sorriso e agora quero encontrá-lo no meio das memórias que guardo na minha cabeça, mas não o encontro por nada, fugis-te e deixaste-me a enfrentar o mundo sozinha. Foste um refugio um apoio de que sinto falta, foste o inexplicável na minha história tão bem ensaiada e decorada. O imprevisível, o irrepreensível. Nunca mudas-te, nem nunca me pedis-te para mudar. O tempo continua a andar em frente, não pára, não espera, tal como tu não paras-te por mim e eu fico parada, estática, presa no segundo em que pela última vez te alcancei o esboço de um sorriso. Sinto a tua falta não nego, falta que não consigo preencher na minha cabeça arranje eu a ocupação que arranjar, por mais que tente tapar a tua ausência com "tralhas" que só fazem peso para cima das costas, tu continuas a ter a leveza de sempre e eu continuo a carregar-te comigo. Não nego que gostava de voltar a olhar-te nos olhos e ver para além deles, ver o espelho que fazem do mundo que vêm, ver para além do que os comuns podem ver, entrar no teu corpo pelo caminho impossível e realizar todos os teus sonhos. Ambiciono com a altura de me levantar e ver que o tempo avança e eu avanço com ele, lado a lado como se nunca o tivesse perdido por ti. Não foste uma perda de tempo nem foste um sonho surreal em que acordei a meio a chorar sentindo aquela epifania no estomâgo. Foste demasiado real e talvez por isso não te consiga esquecer. Foste a realidade abstracta que continua a surgir na minha tela.

O novo começo.



Decidi dar uma nova oportunidade a mim mesma, começar de novo, algo que teve obrigatoriamente de acabar. Continuo a ser a mesma pessoa e continuo a querer levar o mesmo caminho que levava, mas quando os acontecimentos me impossibilitam disso mesmo, há que seguir em frente e é mesmo isso que estou a tentar fazer. Sorrir, mesmo que a vontade de o fazer seja pouca e combater o declinío que todos os dias avisto, sem fazer grandes turbulências, para que mais tarde ou mais cedo tudo volte exactamente ao que era dantes. Por enquanto mantenho-me na sombra, atrás do pano, á espera que me chamem para entrar em cena e brilhar, ser mais uma vez a actriz principal que após todas as atrocidades resiste e termina de pé, perfeita, como se fosse fácil suportar. Espero em sossego, sentada, em silêncio, vejo tudo a desenrolar, o pano sobe e tenho medo que as palavras não saiam da minha boca, tenho medo de não chegar e brilhar, acabar de pé perfeita, medo de me enganar na deixa e voltar a cair, esquecer-me do texto e confundir todas as outras personagens da minha própria peça privada. Quero dar uma nova oportunidade em quem fui, mas por enquanto falo-ei como um novo começo em que vou renascer de algo que já não sobreviveu. A nossa história surgiu, cirou-se apartir do nada e agora acabou a primeira cena, tenho de esperar até recomeçar.
Não passa tudo, de um novo começo em que eu serei sempre personagem principal e tu, passas de principe a um mero vassalo.