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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

A nossa história.


A nossa história já mudou, já deu voltas, mas continua cheia de vírgulas e reticências que não cessam. Sei que somos um, que a nossa história nasce a partir do dia em que nos conhecemos e só vai acabar no dia em que tanto eu como tu nos esquecer-mos do rosto um do outro. Não preciso que me ofereças um sempre, preciso que me garantas o agora, o presente, o que tenho e que incessantemente me tenta escapar por entre os dedos. Um dia vou lembrar esta história como a que quero contar aos meus filhos, independentemente de seres ou não tu o meu futuro, esta é aquela que vou relembrar e fazer questão de saber na ponta da língua de cor, para que não esqueça cada palavra. Escrevemos cada letra, cada singular frase na presença um do outro, que apesar de não tão assidua como desejamos, já vai sendo alguma. Sei que não me estás garantido e que não vou poder martirizar-me se quiseres ir embora, mas é algo sobre a qual não me serve de nada pensar agora. Se me perguntassem o porquê de te ter escolhido a ti eu não saberia o que responder, porque tu és os meus dias, as minhas noites e não sei como voltar a desfazer-me disso. A inconstante certeza de não estares cá dói. Dói tanto. Sorte (ou azar, quem sabe) é que não desisti por enquanto e não quero desistir. Lembro-me do primeiro sorriso que te fiz esboçar e sei qual foi o último, lembro-me de me teres feito mulher, de me teres rasgado os sonhos e ambições, de me teres humilhado o orgulho voraz e sentir o ser mais pequeno e vulnerável que neste mundo padece. Todavia, não te troco nem te deixo por motivo algo. És a força que me falta nos piores dias, és a peça que faltava no meu puzzle agora em vias de completar. Se te deixo, vais sentir a minha falta, porque da mesma forma tu precisas de mim, precisas que te faça sonhar e te leve para o mais abstracto pensamento de todos; o amor. Esse amor que nutres dentro de ti, a (in)dependência segura que sentes. O medo sempre se aliou á nossa história, o medo de errar desiludir, o medo de partir e não saber ao certo o caminho para casa. Nunca vou dizer basta!, no meio de tudo o que já passamos, não vou porque é algo que a mim me agonia e destrói interiormente. A nossa história, por mais praguejada e censurada que seja, é a nossa, aquela que nunca ninguém vai ter, que nunca ninguém vai conhecer por completo, por todos os segredos e ocultos que sempre vivemos. A nossa história é o nosso mundo, o nosso segredo e fracção de sonho. Como disse, a nossa história só acaba quando esquecer-mos e sempre que o tentarmos fazer, vamos ter de acabar de lembrar e quando lembrar-mos, a dor vai ser tamanho forte que vamos querer voltar, e vai ser sempre assim, um ciclo vicioso incessante e gratificante que nem eu, nem tu queremos ou vamos destruir. É claro que me custa toda a incerteza que vivemos, é claro que me revolta os feitíos e as dificuldades a que nos sujeitamos, mas... até agora consegui suportar, por isso; não vou parar de escrever a nossa história, mesmo que as páginas acabem, mesmo que as paredes se encham, mesmo que a cabeça não suporte, eu não vou deixar esta história. 

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Sem divulgação.



Tenho pena de não fazer jogos audazes contigo, de não saber prever as tuas jogadas e sair consequentemente a perder. Levas-me a pensar que jogo, para depois me mostrares que me guiaste á derrota.
Nunca fui capaz de fazer sacrifícios capazes de te demover de ideias. És perspicaz e calculista, não me deixas escolha senão deixar que o tempo resolva tudo. As feridas ainda estão abertas e o suor ainda me escorre pela testa, mas tu não compreendes isso. Valorizas apenas o particular e singular da tua parte e esqueceste que muitas vezes abdiquei do meu orgulho e dignidade.
Não me arrependo, mas sei conscientemente que poderia ter feito melhor. Um dia vais lembrar dos pequenos e gloriosos gestos que fiz e pensar que bastava um pingo de discernimento para os glorificares. Porque no fundo, sim, eu fui uma heroína.
Eu suportei e levantei o teu pesado passado nos ombros, sem pestanejar ou questionar o que quer que seja, deixei-te livre de censuras e julgamentos além fronteiras e redimi os teus pedidos de desculpa com o meu bom senso. Eu fui de facto, uma verdadeira heroína. Mais que uma vez, mais que muitas, eu salvei-te do teu pior inimigo. Encobri-te do teu ego. Ocultei-te das verdades. Resolvi-te as incertezas.
No fim de contas, joguei por ti e levei-me a perder! 

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Supostamente.



Não sei se devo acreditar nas tuas palavras. Já me mentis-te e iludis-te vezes demais, mas ainda assim continuo a acreditar que é possível, que temos a nossa oportunidade e vamos ser felizes de alguma forma, ainda penso como uma criança, sou a princesa do conto de fadas e tu o meu príncipe encantado que me salvou da torre do dragão. Eu não quero ficar mais no chão porque tu foste e me levas-te o tapete debaixo dos pés, quero saber e conseguir equilibrar-me mesmo sem ti, mesmo que vás de novo, quero estar minimamente preparada para tudo o que é possivel. Se tenho medo? Tenho, demasiado. Por mim, por ti, mas mais por nós. Tenho medo que não consigas esquecer e por para trás das costas essa insegurança e necessidade de distância. Ai, ainda muita água vai correr. Amo-te. 

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Eu sou, eu fui, eu serei sempre enquanto poder.



Sim, todos me dizem que sou forte, que supero e ultrapasso que esta é só uma fase, mas afinal de contas o que é que "todos" sabem de mim? A maior parte não reconhece nem metade das minhas expressões faciais, não me identifica quando falo a mentir com todos os dentes, a maior parte não sabe nem sonha que gosto de ter o cabelo despenteado porque me faz sentir autentica e se calhar não tomam conhecimento dos meus maiores sonhos. 
Não, não é só uma fase, por enquanto é uma péssima fase, que sei que mais cedo ou mais tarde irei superar, mas não quero que me dêm conforto e digam que vai passar a tempestade para depois vir a bonança, pois depois desta tempestade a próxima que virá será maior ainda e mais dolorosa. 
Todavia, eu nunca me verguei, nunca desisti nem nunca deixei que sobrepusessem opiniões à minha, logo não será agora que o farei. Se cair levanto-me, limpo os joelhos esfolados, espero que tudo cicatrize, já não vou chorar mais nem gritar e perguntar ao vento porquê, quando já sei a resposta. São testes e testes á minha determinação e força, que, para grande pena de "todos" eu consigo e vou superar sozinha ás minhas costas sem ter de ficar a dever favores a ninguém. Sou orgulhosa sim, talvez mais que em conta me ficaria bem, mas eu gosto de o ser, pois sei que mais cedo ou mais tarde o meu orgulho me faz vencer. 
Jogo sempre com a ousadia de me afirmar superior, independentemente de neste momento já não ter trunfos nem ser a minha vez de jogar sei que vou ganhar, porque ganho sempre. Posso estar estendida e estática de lágrimas nos olhos com vontade de desistir, mas o tempo continua a passar e o jogo não terminou logo, eu ainda tenho hipotese seja do que for. 
Façam-me só um favor: eu estou bem! Parem de tentar suavizar algo que não é desagradável. 

"you and me are still the only one"



Não quero acreditar que é agora, que é definitivo e que já nada vai mudar o passado e trazê-lo de volta para mim. Claro que nos meus sonhos continuas a ser tu a presença eterna, mas sei que é inevitável deixar-te seguir em frente, sei que precisas que seja forte por ti e diga eu que não, precisas que eu mude a tua perspectiva, que te liberte de nós para poderes ser feliz. Se já não sou eu quem te põe o sorriso na cara, então também não quero ser eu a culpada da tua infelicidade. 
Não, não acho que estejas a escolher a melhor pessoa para estar a teu lado, acho que nem sequer te faz feliz, mas no entanto é uma escolha somente tua e eu não quero ter peso ou influência nos teus ombros ou consciência, quero que tenhas noção que o amor que sinto por ti, obriga-me a por o teu bem-estar acima do meu e se isso significa abrir mão de tudo o que fomos e és para mim, eu fa-lo-ei. No fundo prefiro que estejas bem sem mim. 
Vou ser mulher orgulhosa e vou dar-te tudo o que resta com um largo sorriso rasgado na cara, vou entregar-te o que ainda me mantêm acordada a chorar á noite, vou entregar-te aquilo que me acompanha no bom e mau, aquilo que me lembra de quem és e me fizeste ser. Sim, podes acreditar que o farei porque eu não volto com a minha palavra atrás, na verdade, não quero voltar com a minha palavra atrás, porque apesar de tu e eu continuarmos a ser únicos quando estamos juntos, não posso viver o eterno conto de fadas, sem o final "e viveram felizes para sempre", porque sei que a minha história não acaba assim e sei que um final orgulhoso é melhor que um final desgostoso. 
As lágrimas vão e voltam, mas eu sei que tu vais ficar sempre comigo, porque raptas-te uma parte daquilo que melhor te pude dar: o meu coração. Sei que independentemente de te entregar tudo o que resta de nós, vais continuar a surgir na minha vida pela música que tão nossa foi, ou simplesmente pelo cheiro de roupa lavada quando chego a casa. Tu e eu seremos sempre o grande e único amor que tenciono relembrar. Acabou, mas um dia mais tarde quando estiveres preparado eu espero por ti no mesmo sitío onde me deixas-te, talvez melhor, talvez pior, mas á tua espera. 

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Enough.



Parece que toda a gente me abre os olhos, todos me tentam demover da ideia de que ainda é possível. E a verdade é essa, é que no fundo eu sei que não é possível, sei que há muito já devia ter desistido da ideia de voltar a recuperar o passado, sei que me devia ter esquecido da tua importância e devia ter largado o peso que és na minha vida, mas por alguma razão não o fiz a tempo. Não o fiz em tempos em que ainda era capaz de esquecer, de deixar passar, nessa altura em que eu, somente eu era capaz de te deixar ficar no fundo colado e estático, não te deixei, nessa altura em que o teu peso era relativo e fácil de soltar não o fiz, e agora? Agora arrependo-me, porque estou demasiado presa a uma ideia do passado e esse passado já não volta mesmo. 
Afundas-te e eu afundei contigo, por ti sem pensar sequer em consequências do que poderia acontecer e agora é simplesmente tarde para voltar atrás. Por mil ajudas que tenha, por mil motivos e razões bem fundamentados que me dêem, por mais que me tentem abrir os olhos e dizer mesmo "ele não curte de ti, o teu tempo já passou" eu não desisto, não desisto porque da tua boca nunca ouvi nada a não ser "amo-te, mas já não dá", nunca foste capaz de me pedir para desistir, capaz de me dizer que para ti sou águas passadas que não movem moinhos, não foste homem para me enfrentar olhos nos olhos e dizer-me que singularmente acabou. Se já devia ter desistido? Sim. Se vou desistir? Faço intenções disso. As coisas começam agora a ser diferentes, acredita que neste momento, depois do que ouvi á minutos atrás a minha maneira de agir e pensar para contigo mudou, agora és como o frio; o frio foi com o verão que chegou, e tu és como ele, foste!

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

"porquê?"





Preciso de deitar tudo para fora, preciso de despejar o silêncio que está preso na minha garganta e silabicamente produzi-lo em voz alta para que possas ouvir. Não percebo porque é que continuas a fazer isto, porque é que vens e vais, porque é que acima de tudo voltas e me pedes o universo, quando eu só te posso oferecer um planeta. Consigo lembrar-me ao pormenor, de todos, singulares e únicos momentos que tive contigo, porque são os únicos que quero recordar. Quero lembrar-me do teu cheiro, do teu toque, do teu beijo e da tua expressão de espanto com os olhos bem abertos!, e tu vais, desapareces, tiras-me tudo o que tenho construído, levas contigo e deixas-me de novo no chão inapta a qualquer possibilidade de avançar ou lutar para que voltes; eu tento, mas á medida que mais tento, mais tu te afastas e afastas e me deixas aqui. Quando me mentalizo de que já não vens, quando ponho na cabeça que foi o nosso último beijo, a última vez que me olhas-te nos olhos e que agora já só te vejo ao longe de costas, tu… simplesmente apareces, contra tudo o que é esperado ou previsto, apareces e trazes contigo atrás tudo outra vez. Não te limitas a fazê-lo uma ou duas vezes, tu estás consecutivamente a fazê-lo, sem cessar, vens, vais, mas no entanto voltas sempre e cada vez que voltas me pego mais que a última, cada vez que voltas custa mais quando vais, como um ciclo não vicioso, mas tendencioso a aumentar de intensidade.
E se foi agora a última vez? E se depois desta vez já não vais voltar, se for o derradeiro segundo, o momento. Eu já não sei se queres voltar, não sei se decidis-te apenas deixar mais uma das tuas marcas rasgar mais uma ferida e ir embora como sempre fizeste, mas sem retorno. Será que é agora que chegou a altura de seguires para o teu lado e eu para o meu, ou se vais voltar e cruzar-te comigo? Eu não sei, eu tenho tantas perguntas sem resposta, sem a tua resposta que já não sei o que fazer.
Tenho somente neste momento a consciência de que se foste para não voltar eu disse aquilo que sentia, disse a verdade em 5 letras, simples. Disse-te o que devias ouvir e nem sempre ouves quando vais, mas disse não por dizer, mas por sentir que era o momento de o fazer. Se foste para não voltar outra vez, somente para passar o tempo, eu vou ficar em paz, porque ao menos sei que não te menti e não me arrependo de não o ter feito. A ti, amo-te e se este foi o último, eu vou relembra-lo como o primeiro. 

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Inês.



"Quem me dera ser alguém. Alguém, todavia que não fosse desprovido de consciência e racionalidade, obstante ao comum fundamentalmente valorizado. Não peço um carro, não peço dinheiro, nem fama, peço algo que só eu posso oferecer a mim própria: uma personalidade, baseada em situações que a vida me vai proporcionando. Peço reconhecimento. Quem me dera ser alguém, capaz de pensar imparcialmente o certo e errado (se é que existem estes dois conceitos), capaz de marcar presença não aos ostensivos, mas aqueles que sabem valorizar algo mais rico e valioso, algo que não se vê ou pode até tocar, algo abstracto, algo que por muito que peça ninguém me pode oferecer como presente com um laço: a minha capacidade de ser singular. Não peço muito, ou talvez peça em demasia. Não quero omnipresença ou até mesmo omnisciência, quero o quanto baste para me sentir realizada enquanto ser humano. Só quero que a minha palavra não seja somente ouvida, quero que a sintam com o sentimento que eu sinto, que vejam para lá do olhar comum e interpretem cada entrelinha do meu discurso. Quero, indubitavelmente, ser alguém conhecedor dos mais diversos mundos, culturas, alguém com a capacidade de ajudar e ensinar, forte e com a possibilidade de um dia dizer “não me arrependo de nada”. Sei que posso possivelmente estar a sonhar com um pedido tão complexo e que à primeira vista parece o cumulo de todos os pedidos, mas eu não quero algo material se nunca for alguém. Não um nome, uma roupa ou um estereótipo a seguir, alguém. Podia nomear mil e uma razões para este desejo, mas não existe uma definição concreta e absoluta do mesmo. Premeditadamente pensado, é o meu. Talvez com esta maneira de pensar, que julgo irrepreensível, não chegue lá e nunca tenha a capacidade, possibilidade ou até mesmo a humildade para atingir este meu objectivo, mas se o que me perguntam é o que quero ser, eu só posso limitar-me à verdade a que sou fiel: quem me dera ser Alguém." Trabalho de português. 

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Não peço desculpa, não a ti.

Nunca me vais conseguir fazer sentir culpada e sabes porquê, porque eu não tive nem tenho culpa de nada do que aconteceu. Tu esqueces-te, deixas-te e brincas-te comigo e te garanto que independentemente do amor que sinto por ti, não admito que o voltes a fazer. Se vou seguir em frente? Provavelmente nos próximos dias não me vai ser possível, porque não sei como deixar de te sentir em tudo o que faço, ouvir em todos os ecos e ver em todas as obras de arte que guardo, mas sei que um dia vou deixar-me disto! Deixar de sentir saudades ou falta de quem me censurou e largou, como se de brincadeira se tratasse. Se calhar nunca me amas-te nem com metade da força e esforço que eu te amei, se calhar nunca sentis-te a angustia que tenho presa a mim agora e muito provavelmente nunca tiveste vontade de deixar tudo para trás e procurar desesperadamente alguém que não volta. Amplexa não sou nem nunca fui, mas tu superas tudo e mais alguma coisa possível ou imaginária, conseguis-te levar-me ás ruínas quando ainda nem a muralha estava de pé. 


segunda-feira, 5 de setembro de 2011

No facebook.



"se cumprisse todas as regras, se obedecesse a todas as rotinas e seguisse todas as normas, era simples e comum, era vulgar e banal, facilmente trocada ou esquecida e não, não é isso que tenciono ser. eu vou provocar avalanches, vou por peixes a voar, vou talvez mais longe e virar o mundo ao contrário onde não há julgamentos e pressões sociais. se cair no comum salvem-me e ajudem-me a ser igual a mim mesma, porque tenciono marcar a diferença e não, não quero estatuto nem superioridade. quero reconhecimento e mérito, quero orgulho e valor, quero fazer, ser, acontecer. passar as melhores décadas da minha vida nos mais altos estados de lucidez, para que nunca mais os esqueça. posso ser ridícula e descuidada aos olhos de muitos, parecer irresponsável e irreversível, mas sou eu, simples e concreta que me foco nos meus objectivos e ambições. não quero perder mais segundos, ou minutos a pensar no que podia fazer e não fiz, no que podia viver e não vivi. quero afirmar um dia que tudo o que fazia de mim uma pessoa realizada fui forte para concretizar. se sonho? talvez em demasia, mas não abdico disso por nada." por ines branco

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Eu vou e volto, como a maré.



Eu disse-te que um dia iria voltar por ti, quando já não tivesses ninguém e achasses que o mundo te tinha virado as costas, disse-te que serias sempre o número um, apesar de ausente, disse-te que quando te sentisses como me sinto agora, iria voltar e fazer-te feliz. Alguma vez sentis-te o que é ser ignorado e esquecido pela aquela pessoa que anseias ver todos os dias, aquela que quando se aproxima ficas sem jeito de falar, aquela pela qual anseias receber a mensagem miseravel com um simples "dorme bem", sabes por ventura o que é isso? Não acredito que saibas, porque senão nunca o terias feito comigo, não era a mim que deixavas de responder quando estás a divertir-te com os teus amigos, não era a mim que ignoravas chamadas e deixavas horas á espera. Tu por enquanto não sabes nem sonhas tão pouco com o que possa ser isto que sinto e no fundo não desejo que saibas, porque não imaginas como esta angustia consome por dentro. Um dia vais achar que nada do que disse fez sentido, vais achar que também eu te virei costas e larguei, que não me preocupo com o facto de estares bem ou mal, um dia vais achar que não passas-te de mais uma pessoa na minha vida quando me juras-te amor eterno, todavia quando duvidares de tudo o que disse, o que senti, vais procurar-me e não vais saber onde fiquei. Porque me deixas-te perdida e esquecida á muito tempo atrás, porque achas-te que não seria a pessoa certa para ti e que os nossos caminhos jamais coincidiam. As circunstâncias vão fazer-te escolher por outros rumos que eu não posso nem quero tomar, por isso, provavelmente já estarás numa cidade diferente da minha, já serás alguém ás tuas custas e perdes-te o "miúdo mimado" que foste em tempos no meio do suor que deixas-te escorrer pela testa abaixo para atingir o que querias, serás egoísta e mais orgulhoso do que eu alguma vez me mostrei ser, serás mais forte do que fui e no entanto vais estar sozinho, zangado com o resto do mundo, porque me procuras como te procuro agora e não me encontras em parte alguma. Na altura certa, no momento certo, eu vou voltar a aparecer na tua vida, vou voltar a dizer "amo-te" e fazer-te duvidar desse amor, vou pegar em picardias do passado para que te lembres onde fiquei, vou dizer-te que quando me juras-te amor eterno não foste só mais um, mas sim o homem da minha vida, se é que ele existe, porque por mais paixões que tivesse, nenhuma delas se tornou em amor. Amor esse que por ti sinto, que quando precisares continuarei a sentir. Sozinho, quando chorares por nós eu vou lembrar-te de que nunca te deixei, daquilo que sempre te fiz questão de lembrar enquanto caminhavamos juntos no mesmo caminho. Segredos vão permanecer comigo até ao dia em que me pedires que os revele, porque eu tenho a tua vida na mão e tu tens a minha e aprendemos a viver sem ter de tocar ou alterar as mesmas. Juro-te que irei voltar, não hoje, não amanhã, mas quando te vir perdido, quando souber que precisas de mim como eu de ti preciso, eu volto e farei de ti uma pessoa feliz e amada. Se sorrires lembra-te porque o fazes, lembra-te que não tens de o fazer por obrigação só porque fica bem e que os homens também choram e tu sabes disso tanto como eu. Eu sou mulher e choro, mas sei porque choro. Tu, és quem és e não sabes porque sorris, quando os teus olhos querem chorar. Encontrar-me depois vai ser difícil, mas nunca o vais conseguir fazer sem que batas primeiro no fundo e te encontres primeiro a ti. Eu disse-te que iria voltar um dia, e volto! Por ti.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Personagem.



Parece que sou um disco riscado, sempre a pisar a mesma faixa, a tocar no mesmo acorde, a falhar o mesmo tom, não mudo de discurso. Quem pára e ouve, cansa-se, tal como tu te cansas-te de me ouvir. É preciso bem mais que paciência, mais que vontade ou até carinho para suportar a minha repetição.
Já não sei quem sou e a verdade é essa, ao longo de tanto tempo que continuo no meio do pleno explendor a representar uma personagem que já não sou, a falar verdadeiras mentiras como se fossem as minhas maiores e mais reais verdades que até mesmo eu acabo por crer no que digo. Assustador é o termo que melhor consigo encontrar para definir este meu estado de espirito, sinto-me virada de pernas para o ar, enxovalhada pelos risos das vozes que ouço a censurarem e julgarem as minhas atitudes, represento tão bem a personagem que sempre quiseram que fosse que agora já não sei quem realmente sou, não me encontro no meio de tantas outras personagens, confundi-me na personalidade que me criaram e esqueci a que eu própria criei. A postriória continuo agarrada aos bocados que deixei de mim por cada uma.
Diferentes palcos, diferentes públicos, diferentes personagens, mas sempre a mesma actriz e sempre a mesma história, que decorei e ensaiei, tantas e outras vezes que acabei por vivê-la com mais intensidade que até a minha própria realidade. Está tudo confuso, tenho o passado no presente que vivo, o futuro colou-se no passado e eu parei no tempo quando percebi que no meio de tantas personagens perdi e dei tudo de mim. Cada caracteristica, qualidade, minha, ficou em cada uma das personagens que interpertei por ti, por eles. Por tanta gente. Dei parte de mim, o meu orgulho e determinação, a minha vulnerabilidade e coragem, a minha sinceridade, e agora? Agora, não passo de uma folha de guião em branco, á espera que me voltem a escrever e descrever, á espera que me nomeiem para mais um espectáculo de entretinimento alheio em que eu dou tudo de mim e no fim... no fim não me resta nada para contar!
Agora estou só vazia.

Dream on.



Deixei passar-me ao lado o meu sonho. Acabei por desistir do que realmente queria devido ás opiniões alheias. Porque não vou ter futuro, porque não vou ser ninguém, porque não me dá a devida credibilidade. Sim admito que fui fraca e deixei para trás o que me fazia feliz, deixei para trás a alegria da minha vida e tornei-me absolutamente aborrecida como todas as outras pessoas, que de tão fracas que foram desistiram dos seus sonhos! Eu sorria, agora choro.

Dar os bons dias.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

O tempo passa e eu continuo parada.



Na minha cabeça continua tudo desfocado, a tua imagem quando partis-te não me é concreta, não consigo entender os traços que o teu rosto revela, não sei se ficas-te bem ou mal com tudo o que aconteceu, porque fazes a tua cara de póquer e ignoras os sentimentos. Quando partis-te levas-te tudo contigo! A minha vontade e determinação, levas-te o meu sorriso e agora quero encontrá-lo no meio das memórias que guardo na minha cabeça, mas não o encontro por nada, fugis-te e deixaste-me a enfrentar o mundo sozinha. Foste um refugio um apoio de que sinto falta, foste o inexplicável na minha história tão bem ensaiada e decorada. O imprevisível, o irrepreensível. Nunca mudas-te, nem nunca me pedis-te para mudar. O tempo continua a andar em frente, não pára, não espera, tal como tu não paras-te por mim e eu fico parada, estática, presa no segundo em que pela última vez te alcancei o esboço de um sorriso. Sinto a tua falta não nego, falta que não consigo preencher na minha cabeça arranje eu a ocupação que arranjar, por mais que tente tapar a tua ausência com "tralhas" que só fazem peso para cima das costas, tu continuas a ter a leveza de sempre e eu continuo a carregar-te comigo. Não nego que gostava de voltar a olhar-te nos olhos e ver para além deles, ver o espelho que fazem do mundo que vêm, ver para além do que os comuns podem ver, entrar no teu corpo pelo caminho impossível e realizar todos os teus sonhos. Ambiciono com a altura de me levantar e ver que o tempo avança e eu avanço com ele, lado a lado como se nunca o tivesse perdido por ti. Não foste uma perda de tempo nem foste um sonho surreal em que acordei a meio a chorar sentindo aquela epifania no estomâgo. Foste demasiado real e talvez por isso não te consiga esquecer. Foste a realidade abstracta que continua a surgir na minha tela.

O novo começo.



Decidi dar uma nova oportunidade a mim mesma, começar de novo, algo que teve obrigatoriamente de acabar. Continuo a ser a mesma pessoa e continuo a querer levar o mesmo caminho que levava, mas quando os acontecimentos me impossibilitam disso mesmo, há que seguir em frente e é mesmo isso que estou a tentar fazer. Sorrir, mesmo que a vontade de o fazer seja pouca e combater o declinío que todos os dias avisto, sem fazer grandes turbulências, para que mais tarde ou mais cedo tudo volte exactamente ao que era dantes. Por enquanto mantenho-me na sombra, atrás do pano, á espera que me chamem para entrar em cena e brilhar, ser mais uma vez a actriz principal que após todas as atrocidades resiste e termina de pé, perfeita, como se fosse fácil suportar. Espero em sossego, sentada, em silêncio, vejo tudo a desenrolar, o pano sobe e tenho medo que as palavras não saiam da minha boca, tenho medo de não chegar e brilhar, acabar de pé perfeita, medo de me enganar na deixa e voltar a cair, esquecer-me do texto e confundir todas as outras personagens da minha própria peça privada. Quero dar uma nova oportunidade em quem fui, mas por enquanto falo-ei como um novo começo em que vou renascer de algo que já não sobreviveu. A nossa história surgiu, cirou-se apartir do nada e agora acabou a primeira cena, tenho de esperar até recomeçar.
Não passa tudo, de um novo começo em que eu serei sempre personagem principal e tu, passas de principe a um mero vassalo.